Hábitos alimentares saudáveis determinam o equilíbrio da microbiota intestinal
No decorrer da nossa história, os processos de industrialização e urbanização alteraram drasticamente nosso padrão alimentar. O consumo de alimentos in natura rendeu-se à praticidade e à durabilidade dos alimentos industrializados, determinado pela expansão da atuação da mulher no mercado de trabalho.
A aliança entre a indústria de alimentos e a química trouxe a introdução dos aditivos alimentares e possibilitou a produção em larga escala, o acesso e o armazenamento dos alimentos. No campo, a produção agrícola e pecuária precisou se adaptar para suprir e acompanhar o crescimento dessa rede alimentícia que se formava e, para tal, a introdução de agroquímicos (fertilizantes e defensivos), manejo das criações e plantações, medicamentos, vacinas e suplementos, promotores de crescimento, melhoramento genético, rações fortificadas e técnicas avançadas de cultivo, colheita e armazenamento, transformaram a produção de alimentos no mundo.
Ao mesmo tempo, o crescimento das indústrias química e bioquímica incentivou e exacerbou o uso de produtos e técnicas de higienização pessoal e dos alimentos, com destaque para os antimicrobianos alimentícios como promotores de maior tempo de prateleira dos produtos.
Perdeu-se assim o contato com os fragmentos microbianos antes ingeridos com os alimentos, impactando a nossa imunidade inata e nos tornando menos defensivos e mais vulneráveis a doenças. Sim, o desequilíbrio da microbiota intestinal (e não flora) afeta negativamente nosso sistema de defesa, e os tipos de alimentos que consumimos podem alterar a diversidade e a quantidade dos microrganismos que moram no nosso intestino, comprometendo a relação harmônica entre eles e o nosso corpo (disbiose).
O padrão alimentar atual (“dieta de lanchonete”), com altos teores de açúcar e carboidratos ruins, de farináceos e grãos, óleos vegetais refinados, gorduras hidrogenadas e trans, ferro e proteínas do leite (caseína em especial), adicionados de conservantes, corantes, adoçantes e outros “antes”, favorecem a disbiose. Para piorar, o uso elevado de antibióticos sem atenção à reinoculação dos microrganismos mortos por eles (bons e ruins) e o uso indiscriminado dos inibidores de bomba de prótons (prazóis) também alteram a microbiota e, de quebra, causam deficiências de vitaminas e minerais.
Portanto, padrão alimentar inadequado + uso de antibióticos e prazóis + contato com xenobióticos (poluentes, agrotóxicos, metais pesados) + excesso de higienização associados a fatores genéticos e ao contágio de microrganismos patogênicos = redução da resposta imunológica natural e instalação de doenças comuns na nossa sociedade moderna.
Assim, uma expressão usada bastante como um jargão da nutrição se justifica nesse momento: priorize “comida de verdade” na rotina alimentar para uma saúde ampla e plena.
• Pós-graduada em Nutrição Clínica e Esportiva Funcional
• Modulação Intestinal
• ISAK nível 1 para avaliação física
• Exame fisico por ultrassom BODY MeTRIX
Rita de Cássia Oliveira
Nutricionista – CRN 5316
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