99% das pessoas só descobrem depois de 15 anos que ela já começou
Ela é silenciosa, temida pelas complicações que pode causar e está ligada ao açúcar no sangue. Estamos falando do Diabetes Mellitus, doença que acomete cerca de 13 milhões de pessoas apenas no Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes. Porém, diferente do que a maioria pensa, não é a quantidade de açúcar ingerido que causa o aumento de casos de pré-diabetes e Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), mas sim o excesso de peso e de gordura no corpo. Tanto o sobrepeso quanto a obesidade são consequências do estilo de vida atual, repleto de maus hábitos. A boa notícia é que esse quadro pode ser evitado com a adoção de práticas saudáveis.
Sedentarismo, estresse e uma alimentação cheia de industrializados e nada natural, pobre em nutrientes e com alto teor de gordura e açúcar. Está aí uma combinação ruim para a saúde do corpo e da mente. “As substâncias produzidas pelo excesso de gordura inflamam o organismo de maneira crônica e geram uma dificuldade para a insulina agir. A insulina é um hormônio normalmente já produzido por partes do órgão pâncreas e é responsável por levar a glicose para dentro das células, dando energia ao corpo. No entanto, a obesidade gera uma resistência e, para vencê-la, ocorre a produção de mais insulina: um trabalho extra e forçado ao órgão, que pode ir à falência. Quando isso acontece, a glicemia (açúcar no sangue), começa a alterar nos exames”, explica a endocrinologista Fernanda Castro.
Agravado por uma predisposição genética familiar, esse quadro pode evoluir para o Diabetes Mellitus tipo 2, doença relacionada ao metabolismo da glicose e da insulina (saiba mais no box). “A ‘epidemia’ de Diabetes tipo 2 acompanhou a da obesidade, inclusive em crianças, e a doença já começa muitos anos antes dos diagnósticos serem feitos. Com ela, há o aumento dos riscos para problemas de coração, rins, olhos, nervos e para isquemias, principalmente se não for controlada desde o início.”
Como alerta a endocrinologista, esse processo não é repentino e é preciso estar atento aos sinais: cerca de 15 anos antes de aparecerem as alterações mais comuns dos exames de sangue, o corpo de uma pessoa acima do peso já começa a lutar contra o aumento de glicemia, o que possibilita uma intervenção preventiva. “Pacientes com resistência insulínica e produção em excesso de insulina devem ser tratados e acompanhados antes mesmo que a glicemia dosada ultrapasse os níveis de normalidade. Para isso, é necessária a avaliação da saúde como um todo, feita por profissionais dedicados. Todas as pessoas que estão acima do peso ou têm história familiar de diabetes devem passar por uma consulta médica e realizar exames de sangue para rastrear esses problemas”, afirma.
Mas, calma! Tem como evitar!
Um ponto importante para reduzir significativamente o risco de Diabetes Mellitus tipo 2 e suas complicações é a adoção de práticas saudáveis e a perda de gordura corporal — atividade física diária e uma alimentação mais natural são grandes aliadas.
Verduras, frutas, legumes, cereais integrais, azeite, castanhas, peixes, ovos e carnes magras são fundamentais. Algumas vezes também as medicações podem ser necessárias e devem ser usadas como orientadas na receita médica. Além disso, interromper os vícios e garantir uma boa ingestão de água também é importante.
“No entanto, ter uma atenção especial às quantidades dos alimentos também é essencial, já que, em excesso, mesmo os alimentos naturais engordam. Assim, buscar orientações com um(a) nutricionista é a melhor opção para seguir um plano alimentar mais adequado para cada pessoa, com as quantidades de cada alimento de acordo com peso, altura, idade, rotina, paladar e estado metabólico”, ensina Fernanda.
Vai além do peso
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a obesidade um dos maiores problemas de saúde pública do mundo. Segundo a entidade, a projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso e mais de 700 milhões obesos. Já o número de crianças com excesso de peso pode chegar a 75 milhões, na soma de ambos os casos.
O Brasil não fica de fora. Por aqui, mais da metade (54%) da população das cidades já está acima do peso e 18,9% é obesa, segundo a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel – 2018), do Ministério da Saúde.
“Combater a obesidade é cuidar da saúde, já que, além do diabetes, a lista de malefícios inclui hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, apneia do sono, problemas psicossociais, cânceres, doenças ortopédicas, dentre outros”, alerta Fernanda.
Mas como saber se fazemos parte dessa estatística? A médica ensina que uma das maneiras é calcular o Índice de Massa Corporal (IMC), principalmente quando se trata de uma pessoa sedentária ou que realiza pouca atividade física.
Obter o IMC é simples: basta dividir o peso pela altura e dividir pela altura novamente (confira as referências para adultos na imagem). Já para menores de 19 anos utilizam-se curvas de IMC por idade, sendo que há diferença para meninos e meninas. “Com esse cálculo, é possível saber se estamos saudáveis ou se temos mais um fator de risco para Diabetes Tipo 2 e para quase todos os problemas de saúde”, completa.
Outra forma de autoavaliar é medir a circunferência abdominal próximo da altura do umbigo. Neste caso, a OMS estabelece que um valor igual ou superior a 90 cm em homens e 80 cm em mulheres já reflete um aumento de risco de doenças, especialmente as ligadas ao coração.
“Quando a circunferência abdominal já está acima de 88 cm para as mulheres e de 102 cm para os homens, caracteriza-se a obesidade abdominal. A gordura que se instala entre os órgãos do abdômen, e também dentro deles, aumentando a barriga, é perigosa e deve ser combatida, já que está por trás de muitos males fatais”, ressalta Fernanda.
Tipos de diabetes
Você conhece o famoso pâncreas?
Trata-se de um órgão que fica atrás do estômago e que produz algumas substâncias importantes para o nosso sistema digestivo. Quando a pessoa se alimenta, o nível de glicose/açúcar no sangue sobe e partes especiais desse órgão, chamadas células betas, produzem e liberam insulina. Assim, de acordo com as necessidades do organismo no momento, é determinado se essa glicose será usada como combustível para as atividades do corpo ou armazenada, na forma de gordura. Isso faz com que o nível de glicose no sangue volte ao normal.
Isso tem a ver com os outros tipos de diabetes?
“Todas as pessoas que têm diabetes precisam de bons hábitos de vida para um melhor controle. Porém, diferentemente do Diabetes Mellitus tipo 2, a causa dos outros tipos não depende da alimentação e dos hábitos. Por exemplo, uma pessoa com diabetes tipo 1 teria a doença de qualquer forma, em algum momento da vida, por ser uma doença autoimune”, observa Fernanda.
Em algumas pessoas, o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta. Logo, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Como resultado, a glicose fica no sangue, em vez de ser usada como energia. Esse é o processo que caracteriza o Tipo 1 de diabetes, que acontece entre 5 e 10% do total de pessoas com a doença. Ele aparece, geralmente, na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos e idosos também. Essa variedade é sempre tratada com insulina, planejamento alimentar e atividades físicas para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue e evitar as complicações.
Já o Tipo 2 aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou ter quantidade suficiente de insulina para controlar a taxa de glicemia, dentre outros mecanismos. Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o Tipo 2. Ele se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar. Dependendo da gravidade, pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Mas, na maioria dos casos, exige o uso de medicamentos orais e/ou insulina para controlar a glicose.
FONTE: Sociedade Brasileira de Diabetes
www.diabetes.org.br
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