O que nos reserva e como podemos nos beneficiar de todas as transformações do mercado
“O futuro já começou e você já está atrasado.” Esta frase, cunhada por John Legend, representa nosso desafio atual. O futuro nada mais é do que a consequência de nossas ações presentes. Todos os dias, portanto, construímos um pedacinho do nosso futuro. Isso vale para os seres humanos e, claro, para as empresas.
Por meio do trabalho humano, realizado de forma colaborativa dentro das empresas, produtos e serviços são criados e entregues a clientes, facilitando assim sua sobrevivência no mundo. Esse é o propósito fundamental de toda e qualquer organização do planeta: gerar valor para alguém.
Mas o que isso significa? Gerar valor é um objetivo altamente volátil e incerto: o que gera valor hoje pode não ter impacto amanhã. Basta pensarmos em produtos que foram sucesso de vendas por muito tempo, mas que simplesmente não existem mais. E é a forma como o trabalho é realizado internamente que vai predizer o seu sucesso nesta empreitada.
E o que isso tudo tem a ver com o futuro do trabalho? Tudo! Para que exista um futuro do trabalho, deve existir antes um trabalho do presente. Como estamos trabalhando no hoje molda o que seremos e como estaremos no futuro.
A pandemia acelerou transformações que já estavam à caminho: a possibilidade do trabalho fora do escritório, a adoção de ferramentas colaborativas de projetos e de comunicação em tempo real, a disputa feroz por talentos que buscam cada vez mais o equilíbrio entre vida pessoal e profissional etc.
Para estarem presentes no futuro, lideranças e colaboradores devem trabalhar conjuntamente de forma que gerem sempre valor para seus clientes. Estratégias, estruturas, processos e pessoas devem estar alinhados para, então, viabilizar uma empresa ágil, efetiva e adaptativa.
O mundo mudou, está mais veloz, complexo e imprevisível. As empresas que buscam prosperar devem se preparar para atuar nesse cenário. E como elas podem se desenvolver?
1. Formar lideranças que sejam capazes de atuar no sistema ao invés de focar exclusivamente nas pessoas. A estrutura onde as pessoas trabalham influencia fortemente o que é produzido, em termos de quantidade e qualidade.
2. Repensar o planejamento estratégico da organização (caso ela tenha um). Conceber um planejamento com mais espaço para o emergente, mais capaz de lidar com incertezas e mais ancorado em princípios do que em regras rígidas. E é, claro, adequar os incentivos (salários, promoções, bônus etc.) a esse novo modelo.
3. Estabelecer uma rotina de aprendizagem, em que líderes e colaboradores estejam abertos e dispostos a repensar continuamente suas certezas e ferramentas, para que estejam predispostos a adotar novas e melhores formas de trabalhar.
4. Estruturar um formato mais orgânico de trabalho em que as regras sejam substituídas por princípios mais abrangentes e flexíveis e o controle de tempo seja substituído por responsabilização nas entregas. O micro gerenciamento deve dar lugar à transparência e à clareza de expectativas.
Resumindo: as organizações têm um papel basilar na sociedade. A sua sobrevivência gera um valor incalculável para todos. Entretanto, isso só acontecerá se ela cumprir o seu papel social. E isso parte da necessidade de gerar valor continuamente a clientes cada vez mais instáveis e exigentes.
Não existe linha de chegada. Construir empresas à prova de futuro, portanto, é tarefa de uma vida.
Douglas Dutra
Consultor da Onwe Consultoria
Graduado em Administração pela UFLA. Especialista em Gestão de Projetos pela Universidade de Toronto – Canadá. Consultor e palestrante com mais de 13 anos de experiência em consultoria empresarial