Saiba como prevenir o câncer de cólon e reto, o terceiro mais frequente no país
Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), é esperado, entre 2023 e 2025, o diagnóstico de 45.630 novos casos de câncer de cólon e reto por ano no Brasil. O câncer de cólon e reto engloba os tumores malignos localizados no intestino grosso, também chamado de cólon, e no reto, que corresponde à porção final do intestino grosso imediatamente antes do ânus.
Sem considerar o câncer de pele não melanoma, o câncer de cólon e reto ou câncer de intestino ocupa a terceira posição entre os tipos de câncer mais frequentes no país. As maiores taxas de incidência ocorrem na região Sudeste onde a doença ocupa a segunda posição entre mulheres e homens, ficando atrás somente do câncer de mama e próstata, respectivamente. Em relação à mortalidade, tem a terceira maior incidência entre mulheres e homens.
“A boa notícia é que é possível evitar esse tipo de câncer com estratégias de rastreamento e prevenção”, explica o médico coloproctologista Maurilio Paiva. Mas, antes de saber como se prevenir, conheça os principais sintomas, fatores de risco e como é feito o tratamento do câncer de intestino.
Principais sintomas
Os principais sinais e sintomas são dor abdominal, alteração do funcionamento intestinal, sangramento nas fezes, anemia e perda de peso sem causa aparente. No entanto, no início o paciente pode ser assintomático, alerta o especialista. Por isso a importância dos exames de prevenção.
O sintoma mais comum é a dor abdominal, que varia de intensidade de acordo com a localização do câncer. Depois, acontece a alteração do hábito intestinal, que pode ser uma diarreia frequente ou intercalada com intestino preso ou ainda uma piora repentina do funcionamento intestinal. Há também o sangramento nas fezes que ocorre com mais frequência quando o câncer está no final do intestino grosso ou no reto. Anemia sem uma causa aparente e fadiga são mais comuns nos tumores localizados no cólon direito. “A pessoa que apresentar qualquer desses sintomas deve procurar uma avaliação médica o quanto antes”, recomenda
Dr. Maurilio.
Fatores de risco
O envelhecimento é um dos principais fatores de risco. O risco aumenta após os 50 anos, no entanto, os estudos têm observado um aumento da incidência em pessoas abaixo dessa idade nos últimos anos. O padrão alimentar tipo ocidental também é um fator de risco. Consumo excessivo de carne vermelha, embutidos, produtos industrializados e processados e pouca quantidade de fibra na dieta são os principais hábitos alimentares que contribuem para o aparecimento dos pólipos e do câncer de intestino. O sedentarismo, a obesidade, o tabagismo e o consumo exagerado de álcool também contribuem para esse quadro.
A hereditariedade é outro fator de risco. Caso haja casos de câncer de intestino na família, o risco é 2 a 3 vezes maior que a população geral, e é preciso antecipar os exames preventivos.
Etapas do tratamento
O tratamento é cirúrgico, com a retirada da parte do intestino acometida junto com os linfonodos que drenam a região, pois o câncer pode se disseminar por esses linfonodos. “Esse procedimento é parte fundamental para o tratamento adequado”, observa Dr. Maurílio.
Dependendo do estágio da doença, a quimioterapia pode ser necessária para complementar o tratamento. No câncer de reto mais próximo do ânus, algumas vezes é indicado o tratamento com radioterapia e quimioterapia antes da cirurgia, chamado de neoadjuvante.
“O tratamento do câncer de reto tem mudado muito nos últimos anos com novos protocolos de tratamento com resultados mais favoráveis”, comenta o especialista.
O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar a chance de cura, que é maior que 90% nos tumores diagnosticados no estágio inicial.
Aprenda a se prevenir
Existe a prevenção primária e a prevenção secundária. A prevenção primária está relacionada a mudanças dos hábitos de vida: fazer exercícios físicos regulares, manter o peso adequado, manter uma dieta rica em fibras, diminuir o consumo de carnes vermelhas e aumentar o de peixes, além de evitar o consumo de alimentos processados e embutidos e bebidas alcoólicas em excesso e não fumar.
Já a prevenção secundária inclui a ida ao médico e a realização periódica de exames preventivos, visto que, na maioria dos casos, as lesões precursoras podem ser diagnosticadas quando ainda são benignas e retiradas através da colonoscopia. Os exames de rastreamento devem começar a partir dos 45 anos de idade para a população em geral. Para pessoas com histórico familiar de câncer de cólon ou reto, a conduta é individualizada dependendo do grau de parentesco e da idade em que o familiar teve a
doença.
Texto: Licia Linhares
Fotografia: Marcelo Goulart
R. Misseno de Pádua, nº 352. Sala 604 – Edifício das Clínicas
(35) 98474-7575
@Mauriliopaiva.procto
Youtube: dr.maurilio paiva proctologista