Com a pandemia é preciso ficar atento ao comportamento de crianças e adolescentes
É na primeira infância, período que compreende os primeiros seis anos de vida, que os pequenos formam sua estrutura mental e constroem as sinapses – conexões entre neurônios por onde circulam os impulsos nervosos que são responsáveis por manter memórias e consolidar hábitos.
É importante lembrar que o bebê nasce desorganizado, nós que organizamos as coisas para ele. Um ambiente sem rotina para comer, dormir ou tomar banho não o ajuda a começar a pôr ordem no mundo. Ocorre um atraso em estabelecer relações de causa e efeito, o que desorganiza a base de pensamento de tempo e espaço e traz prejuízos mais tarde. Estima-se que, no mundo, uma em cada quatro a cinco crianças e adolescentes tenham algum transtorno mental – entre 50% e 75% surgem até os 18 anos. E, diante da atual crise sanitária, quais serão os impactos no comportamento de crianças e adolescentes na pós-pandemia?
Para evitar possíveis transtornos mentais, a Sociedade Brasileira de Pediatria lançou algumas orientações importantes para pais e mães:
1. Mantenha horário e números de horas para dormir adequados para cada faixa etária, para garantir a produção de hormônios correta, e adote uma alimentação regular e nutritiva e a prática de atividade física ou brincadeiras com movimentos ativos.
2. Valorize o relacionamento afetivo. Crianças e adolescentes precisam conviver, mesmo que através das telas, com seus avós, outros familiares e seus amiguinhos. Porém, é preciso limitar o número de horas de exposição às telas para crianças menores de 2 anos. Nas demais idades é importante combinar um tempo mínimo para essa prática, sempre com algum monitoramento.
3. Estabeleça um tempo para assistir aulas, fazer pesquisas e tarefas. Analise a abordagem pedagógica da escola e a qualidade do ensino online. Isso terá um impacto na saúde psíquica comportamental e no processo educacional desses grupos sociais.
4. Separe tempo para família se conhecer, brincar, conversar, criar novas formas de interação e afeto. Esse talvez seja o tempo mais importante para conhecer seus filhos, suas habilidades, suas dificuldades e seus limites, e também para os pais se conhecerem melhor nessa função e avaliarem a necessidade de pedir ajuda durante a divisão das tarefas domésticas.
5. Reserve também tempo para lazer, como jogos, filmes, conversas fora das telas. Além disso, essas atividades, bem como o uso de outros aplicativos, precisam ser avaliados conforme os critérios da classificação indicativa e acompanhados da permissão dos pais.
6. Fique de olho na segurança de proteção e privacidade e nas orientações para os perigos das tecnologias de informação e comunicação. Aprenda sobre canais para denúncias e de apoio em relação aos atos de violência, com contato com a escola, as redes de suporte e canais de ajuda online.
• Médica pediatra com título de especialista concedido pela Associação Médica Brasileira e Sociedade Brasileira de Pediatria
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